O DIVÓRCIO

Um amigo meu mora com um outro cara (calma eles não são gays). Mas dividem uma casa e a tempos o negócio não vai bem. Um é azul e o outro é verde, um é quente o outro é frio, um é Brasil e o outro Argentina, enfim... não rola. Como esse cara conseguira viver ao lado de alguém que questiona 90% das suas escolhas e que não faz questão de perceber que o mundo não é uma extensão de seus planos megalomaníacos?

Não há harmonia. Esse meu amigo me confessou que não consegue conviver com alguém que está vestindo luvas de boxe, e constantemente esmurrando sua ética, e desdenhando seus ideais. Não á por que ficar preso à isso, enquanto todos os dias existe um pôr do sol novo a se admirar. Pedido o divórcio, vamos ver o quanto isso vai durar na justiça. Sorte pra você, meu amigo! Dias melhores virão, aliás, já estão aí , é só você saltar e se agarrar ao seus.

MUDANÇAS S/A

Alguns encaram uma despedida como um fato maior do que ele é. Fato. Mas nesses meus 27 verões comecei a me acostumar com a idéia de uma separação ser algo inevitável e superável (sem menosprezar o que se foi, e procurando tirar o máximo de aprendizados possíveis). Em meio à minhas crises existenciais e términos de relacionamentos, por vezes fui tomado pela tristeza e pelo apego criado pela comodidade de se sentir bem na maioria das situações em que vivenciava. Mas como já dizia Lulu "tudo passa, tudo sempre passará..."

Tá confuso isso? Beleza, vou resumir.... tô mudando de emprego! Leiam isso com um sorriso no rosto, minha gente, vocês não sabem o prazer com o qual eu peguei o ônibus hoje -nessa linda manhã fria e ensolarada- sabendo que passaria minhas últimas horas neste atual local de trabalho (onde conheci gente humilde, mas digna de toda a felicidade do mundo), e que logo estaria indo buscar algo de melhor pra mim em outro lugar.

As cores estavam diferentes no naquele ônibus, e tudo o que fiz foi abrir a porta pra sensação de bem-estar, pra que ela pudesse entrar, sentar e escolher passar o tempo que quiser comigo por conta do que vem pela frente, enquanto lia um livro e observava o cotidiano das pessoas pelo qual o meu ônibus cruzava.

Mas como tudo o que é novo traz um certo "quê" de mistério, eu posso dizer que antes estaria me armando contra isso. Hoje depois de todos esses bons anos de experiência, eu me sinto confiante pra encarar o que o mundo reserva pra mim. Sim, digo o mundo por que esse é o limite que tenho pra alcançar (ou até transcender), mas pra isso preciso antes conversar com o cara da postagem abaixo. Falando nele, o sujeito me mandou um cartão postal irado e disse que segunda-feira volta à ativa. Renovado e excitado como um virgem no segundo ano, cercado de meninas afoitas. Beleza, hein?