PÉROLAS, DESABAFOS E LAMÚRIAS

As 10 frases mais ditas nos ônibus cariocas...

1- Ô Motorííííístaaaaa, olha o ponto! (Voz histérica popular)

2- Vambóra, ô Murrinha do caralho! (Carinhosamente direcionada ao motorista)

3- Só Jesus na Causa! (Clamor I)

4- Aê pilôto, tem como abrir traseira? (seguida de risadas dos passageiros que falam alto na parte de trás do ônibus)

5- Ô seu viado, tá pensando que essa porra aqui é carro de boi? Tua mãe não "tá" aqui não! (Começam as risadas e a resposta do motorista)

6- Ááááiii meu Deeeeeuuuuuuss! (Curva fechada em alta velocidade, Clamor II)

7- Peraêêêêêêêê pilôto!!! (Todos na parte de trás do ônibus gritando com o motorista que não viu que tinha uma senhora descendo ainda)

8- Tá malúúúco??? (A senhora que quase ficou presa na porta gritando com o motorista)

9- É nesse ou no outro? (O motorista grita para o passageiro que puxou a 'cordinha' quase em cima do ponto)

10- Ihhh, pôôôôôôrra! (Gostosona de vestido curto depois de tomar uma sarrada)

MINHA MÃE NÃO É LAVADEIRA...

Toca o meu telefone às 8:50 da manhã na minha rotineira vinda ao trabalho em frente ao terminal de ônibus da Alvorada na Barra da Tijuca.

- "Alô? (voz feminina com sotaque paulista levemente sedutora) Senhorrrr Leândro Robertu Lopes?"
- "Sim?"
- "Sr. Leandro, falo em nome do Banco Itaú e temos pra oferecer..." (aproximadamente 2 minutos ininterruptos de incríveis benefícios oferecidos pelo banco ao cliente, sem nenhuma pergunta sobre a sua disponibilidade de ouvir a proposta imperdível) "...o valor a ser debitado na sua conta é de R$60, então Srrr. Leândru, qual o dia da melhor data para o vencimento da sua fatura?"

Impressionado, educadamente me despeço da atendente, desligo o telefone, e só consigo pensar na seguinte piada no relacionamento por telefone do banco com os clientes:
"Sua mãe é lavadeira? Por que você tem cara de trouxa..."

DIÁLOGOS MATUTINOS EM TRANSPORTES COLETIVOS (Episódio I)

Resolvi daqui pra frente separar por episódios as postagens que eu conto os "causos" e conversas que ouço nas minhas andanças de ônibus por aí.

Cena: Mulher, aproximadamente 23 anos, branca, olhos verdes, frequentadora assídua da loja de departamentos C&A, conversando com uma amiga bem mais velha.
MULHER: "- Estou louca pra acabar isso logo, não aguento mais usar roupa social..."
AMIGA MAIS VELHA:"- E por que você é obrigada a usar roupa social?"
MULHER: "É que minha empresa presta serviço pro HSBC Arena e vai ter show de um tal de 'Eric Clépton' e vou ser obrigada a ir nessa bosta, ai que saco!"

Nessa hora, sentado no banco da frente ao delas, olhei pra trás pra reparar quem tinha dito isso, tornei a olhar pra frente e só consegui pensar na seguinte resposta que (infelizmente) não foi desferida:
"- Com licença 'querida', esse 'tal de Eric Clépton' simplesmente influenciou indiretamente TODOS os acordes de guitarra que o seu provável ídolo (Ximbinha da banda Calipso), então dá uma pesquisada de leve na história da música, ok? Tenha um bom dia, casaco legal!"

NERD E O ESPERTO

Definitivamente, dentro de um ônibus você é capaz de ouvir todos os tipos de histórias, das mais simples, às mais bizarras. O motivo dessa atualização de hoje é pra compartilhar com vocês a conversa que ouvi hoje vindo para o trabalho. Vamos começar descrevendo os personagens:

O ESPERTO. Tinha por volta de 13 anos, aluno do ensino fundamental público do Rio de Janeiro, mochila baixa nas costas, calça meio larga e jeito de andar bem "moderno".

O NERD. O garoto me pareceu um pouco mais novo que o Esperto (devia ter uns 12 anos), era da mesma sala do espertão, óculos de grau, mochila "lá em cima" e andava como um legítimo fã de RPG.

A CONVERSA:

ESPERTO: - Aí, te dou 11 "prata" pra tu me vender esse trabalho.
NERD: - Não, não quero.

ESPERTO: - Não, então "vô" te dar 12 "prata", 12 "prata".
NERD: - Não cara, eu me esforcei muito pra fazer esse trabalho, não quero vender.

ESPERTO: - Então divide comigo...
NERD: - Não, não quero.

ESPERTO: Que isso cara, mas eu to te oferecendo dinheiro pelo trabalho, dinheiro cara...
NERD: - Dinheiro não é o mais importante.

ESPERTO: Não, só não é mais importante que amor.
NERD: Nem é mais importante que amor, nem alegria, nem nada.

15 segundos depois...

ESPERTO: - Cara, tô com fome...
NERD: - Ué, pega essas suas "12 prata" e compra 22 esfiras no Habbib's e você mata sua fome.

ESPERTO: - Aí, se você não ficar quieto eu vou acabar te deixando de olho roxo.
NERD: - Pelo menos eu fico de olho roxo e com um 10 na nota.

Olhei pra trás, pra cara do NERD e com um sorriso vi seus princípios inabaláveis. E assim desceram do ônibus, o ESPERTO dizendo que não ia deixar o NERD descer, e sacaneando ele (acredito eu) até a entrada do colégio.

Dei uma risada e interpretei que diante de todo essa confusão do cotidiano, atitudes como essa nos fazem lembrar que nem tudo está perdido nessa vida...

CARTA À MEU CÉREBRO

Eu acho que essa falta de inspiração é um tempo que estou dando à minha mente pra ela se organizar e alinhar todos os neurônios que estavam fora da fila. Mas quero deixar bem claro que preciso deles logo, então resolvi escrever algumas linhas direcionadas à massa que rege meus pensamentos. Lá vai:

"Querido Cérebro... Tenho sentido falta dos meus textos aqui, dos meus pensamentos inigualáveis em loucuras e bobagens que só você me faz pensar. Das minhas idéias pra letras e composições, daquela velha agilidade de questionar e provocar com o que você não concorda, e dá recém habilidade de pintar alguns quadros por hobby. Sempre senti um grande orgulho em ver você desempenhando tudo isso.

Admito que possa ter te sobrecarregado um pouco, te encharcando de bebida algumas noites e fazendo você perder noites de sono. Sei que também você por inúmeras vezes trabalhou depois do expediente, mas então finalmente eu resolvi te dar umas férias para seu merecido descanso. E assim você saiu pra se distrair e repor suas energias. Tá certo que de vez em quando continuo entrando em contato contigo pra algumas situações emergenciais, mas eu te conheço muito bem e sei que você também está sentindo falta dessa agitação toda que é o dia-a-dia.

Gostaria que você reencontrasse a inspiração que tinha nos seus tempos de adolescente (agora que está mais maduro), mesmo não tendo aproveitado tudo o que podia na época em que você deveria ter aproveitado, mas acredite: nada está perdido. Tem muita coisa ainda pra gente fazer por aqui.

Sinto saudades meu Brother...volta logo!
Abração.

Ps: Eu sei que você curte uma cervejinha gelada de vez em quando, então quando voltar eu pago umas pra você me contar as novidades."

TEXTO ORIGINALMENTE POSTADO EM Terça-feira, Maio 26, 2009.

A CAÇA AOS MEUS DIAS PERFEITOS...

Seria chover no molhado confessar que quando eu tinha 16 anos eu era mais sonhador? Acho que é fato em que a maioria de nós tinha um círculo de amizade que tinha lá seus planos de sempre e o que é curioso nisso é pensar no quanto nossos amigos ajudam na construção desses dias maravilhosos. Ainda guardo com saudade de quando tudo se resumia a esperar um feriado prolongado ou as férias pra viajar com meus camaradas, tomar nossas cervejas (que antes me deixavam "no brilho" em menos tempo e quantidade), curtir o lugar, e sonhar com a noite em que voltaría-mos pra casa efusivos por ter conhecido meninas legais. Sempre fui assim. Pensava na diversão perfeita pra mim e pra quem estava do meu lado. Mas enquanto eu pensava nessa parte de tratar as meninas bem, e em pouco tempo conseguir passar como eu era um cara legal, a maioria só queria sacanagem mesmo. Eu, moleque, não compreendia como as coisas funcionavam.

Ainda hoje sou um pouco assim, mas confesso que bem menos. Acho que os filmes da Sessão da tarde me influenciaram demais na visão do final de semana perfeito. Guardo com muita saudade mesmo esses dias que vivi. Sei que hoje em dia os programas são outros, as prioridades, responsabilidades, prazeres e tudo mais, porém quero que alguns desses finais de semanas perfeitos voltem a acontecer pra mim. Então, declaro aberta a temporada de caça aos meus dias de folga perfeitos!

DUAS GATAS NUMA NOITE...

Eram aproximadamente 01:20 da madrugada. Me deito na cama e vou calmamente caindo no sono. Logo o meu sossego termina por uma seqüência de gritos, ou melhor... gemidos, era a vizinha do apartamento abaixo. Foram aproximadamente 6 gemidos que soavam como “Hammm, Aiiii, Hummm, Ahhhhh, Ahhhhhhhhhhh, Ahhhhhhhhhhhhhhhhnnnnm”. Pois bem, após isso dei uma risada baixa, e tão logo comecei a imaginar a por que ela gemia daquela forma. A vizinha de cima (que já fui completamente apaixonado) foi uma menina de 13 anos que brincava de "pique-esconde" comigo, mas que agora, se diverte com outros tipos de brincadeiras. Justo. Na minha cabeça foi uma bela cena.

Na mesma noite adormeci (ainda pensando na vizinha) e no meio do sono, lá no fundo comecei a ouvir novamente alguns gemidos, porém, após alguns minutos de confusão sonolenta pude perceber que não mais era a vizinha que soltava a voz, e sim UMA GATA! PUTA MERDA, UMA GATA ÀS 5:30 DA MANHÃ ME ACORDANDO! Cara, aquele gemido invadiu meu sono e me perturbou até o ponto de eu me levantar e ir na janela procurar a desgraçada pra tentar jogar água em cima, a fim de acabar com aquilo. Quem já ouviu um gato tendo relações sabe do que eu estou falando. O barulho é ensurdecedor e realmente incomoda por ser chato e contínuo, algo como “Hnnnnnnooooooooooorrrrrrr, Hnhhhhhhaaaaaaaaaarrggggg, Huuuuuuuuuooooooooooorggg”. CARALHO!

Precisei escrever isso por que realmente me deixa puto, ainda mais por que depois os felinos normalmente acabam fazendo mais barulho ainda, e se arranhando no melhor estilo "instinto selvagem" (qualquer semelhança com o ato sexual de nós humanos é mera coincidência). Então, depois dessa noite mal dormida me sinto no direito de fazer um apelo:
- “Por favor, gatos e gatas, NÃO FAÇAM SEXO EM BAIXO DA MINHA JANELA!”.

Só você, tá vizinha?