Definitivamente, dentro de um ônibus você é capaz de ouvir todos os tipos de histórias, das mais simples, às mais bizarras. O motivo dessa atualização de hoje é pra compartilhar com vocês a conversa que ouvi hoje vindo para o trabalho. Vamos começar descrevendo os personagens:
O ESPERTO. Tinha por volta de 13 anos, aluno do ensino fundamental público do Rio de Janeiro, mochila baixa nas costas, calça meio larga e jeito de andar bem "moderno".
O NERD. O garoto me pareceu um pouco mais novo que o Esperto (devia ter uns 12 anos), era da mesma sala do espertão, óculos de grau, mochila "lá em cima" e andava como um legítimo fã de RPG.
A CONVERSA:
ESPERTO: - Aí, te dou 11 "prata" pra tu me vender esse trabalho.
NERD: - Não, não quero.
ESPERTO: - Não, então "vô" te dar 12 "prata", 12 "prata".
NERD: - Não cara, eu me esforcei muito pra fazer esse trabalho, não quero vender.
ESPERTO: - Então divide comigo...
NERD: - Não, não quero.
ESPERTO: Que isso cara, mas eu to te oferecendo dinheiro pelo trabalho, dinheiro cara...
NERD: - Dinheiro não é o mais importante.
ESPERTO: Não, só não é mais importante que amor.
NERD: Nem é mais importante que amor, nem alegria, nem nada.
15 segundos depois...
ESPERTO: - Cara, tô com fome...
NERD: - Ué, pega essas suas "12 prata" e compra 22 esfiras no Habbib's e você mata sua fome.
ESPERTO: - Aí, se você não ficar quieto eu vou acabar te deixando de olho roxo.
NERD: - Pelo menos eu fico de olho roxo e com um 10 na nota.
Olhei pra trás, pra cara do NERD e com um sorriso vi seus princípios inabaláveis. E assim desceram do ônibus, o ESPERTO dizendo que não ia deixar o NERD descer, e sacaneando ele (acredito eu) até a entrada do colégio.
Dei uma risada e interpretei que diante de todo essa confusão do cotidiano, atitudes como essa nos fazem lembrar que nem tudo está perdido nessa vida...
